Sonho!

Bata-me!
Arranha-me!
Tira de mim até o tutano.
Porque sou inteiramente seu.

Dilacera-me completamente.
Arranque até a última gota de saliva da minha boca.
Saborei-me!
Faça-me gozar de todas formas.

Chupa-me a alma.
Saboreia-me !
Obriga-me a perder a cabeça por você.
Sinta o suor que escorre do meu corpo e beba-o para saciar os seus desejos.

Tzão!!!
Que fogo que sai de dentro dos meus poros consumindo assim todo o meu ser.
Delícia!!!
Que coisa gostosa é essa?

Hum...!!!
Nossa!
Que loucura!
Ah.... foi só um sonho. Ufa!



                                                                                                                                   Rhey D`Sá
                                                                                                                                   14/08/2012

Você!

Ir sem medir esforços de quem quer voltar e para no tempo como tudo foi um dia.

Correr sem medo de encarar a realidade e se dispor a enxergar tudo que ver;

Enxergar como boas e más surpresas emanadas de  algum lugar em especial.

Saber que tudo é um processo contínuo, onde você é quem destingue o que quer e o que não, e ainda assim, ter ciência de que você é quem constroi os seus próprios caminhos.

Perceber  que entre perdidos e achados, mortos e vivos, erros e acertos, você é só mais um em meio a multidão que te rodeia.

Chegar depois de ter ido é voltar depois de ter corrido mesmo contra todas as adversidades colocadas aos teus pés e que não mudaram em nada a tua trajetória.
Partir e deixar-se sumir, pleno de que entre os encontros e desencontros , você grita e ninguém consegue lhe escutar.

Intrusos!

Entram e remexem.
Bagunçam tudo!
Esvaziam gavetas e armários e até no vaso sanitário deixam suas digitais.
Se são homens, mulheres, seres de outros mundos, problema deles...
E isso é fato que não é sabido, só sabe-se uma  única coisa:
Enchem o saco de todos os modos e formas.
Criaturas que fazem de tudo e só não  têm a coragem para mostrar suas caras;
Caras que ora são  horrorosas e causam uma sensação de repúdio que é inexplicável;
Ora não...
Ora estas caras sem mostram como de fato são e até parecem serem lindas em um momento de embriaguez total dos sentidos.
Se escondem aqui, alí;
Acolá;
Se escondem de Deus e do mundo.
E pior de tudo ...
Se escondem de si mesmos.
Se escondem de uma realidade que todos conhecem e que não fazem nenhuma questão de mostrar que são apenas meros conhecedores.
Realidade vista há muito tempo e que está infiltrada na consciência dos que fato não sabem nada.
Intrusos!!!
São assim estes inexplicáveis seres reais;
Enxergados com os olhos que estão no fundo da alma.
De igual forma, são assim também estes intrusos irreais...
Seres criados;
Fantasiados;
Que mexem, remexem;
Bagunçam tudo o que está perto e o mais longe de todos.

Está tudo revirado agora!
Eles acabaram de sair...
Aliás eles estão  perturbando a minha visão e sacudindo a minha mente.
Intrusos!!!
Perto ou longe?

                                                                     Rhey D`Sá
                                                                             16/02/12

OBRIGADO

OBRIGADO

A palavra OBLIGATU, é de origem latina e, significa  LIGADO A VOCÊ.
Quando nós agradecemos, estamos ligados à pessoa em forma de gratidão.

É algo que sai do nosso coração para o dela.

Agradecer não é simplesmente ser gentil, é reconhecer que o seu próximo fez algo por você.

É entender que alguém disponibilizou um tempo para te dar atenção.

É enxergar o sentimento e não o interesse em primeiro lugar.

É retribuir com um sorriso sincero.

É permitir que um palavra transmita a alegria que há em seu coração e o quanto um gesto simples tem valor para você.

O Espaço R, agradece a todos os leitores e visitantes que sempre dão uma passadinha por aqui.



Obrigado por fazerem parte deste espaço.



Um feliz natal a todos e que 2012 seja simplesmente perfeito para todos nós.

Rhey D`Sá

APRENDIZ

Sou um pequeno homem que sofro e choro com as minhas emoções.
Sou um pequeno ser que briga comigo mesmo para colocar para fora aquilo que grita dentro de mim.
Sou um pequeno menino que tem a alma cheia  de incertezas, de contos que me fizeram rir e que me fizeram chorrar quando ainda ria.
Sou um pequeno objeto que me coloco enfeitando as armadilhas que foram traçadas para mim, mesmo quando eu não sabia nem quem eu era.
Sou um pequeno jovem que reluta contra a intolerância do ser, que é capaz de ser, mesmo sem ser ainda quando não quer ser
Sou um pequeno leitor que viaja  nas minhas próprias angustias e que ainda faço das minhas viagens o refúgio para minhas perdas e as vezes para os meus ganhos.
Sou um pequeno palhaço que desconfio que a vida não me ensinou aquilo que deveria ser , e  hoje eu não sou o que sou, sou apenas eu.
Sou um pequeno ator que carrego comigo as máscaras, os disfarces, as aflições,  decepções e ainda por cima você a tira colo, dentro e fora de mim .
Também sou um pequeno ser,  que em minha miniatura me torno gigante diante dos conflitantes distúrbios da alma.
Sou um pequeno APRENDIZ da vida:
Que rebola...
Que dança conforme as notas e as notas, e as notas e também as notas...
Sou um pequeno tolo em rascunho.
Sou um pequeno sábio em xérox.
Sou um pequeno moço duplicado que se sensibiliza e grita com a dor quando ela é mais em cima e também mais em baixo e até mesmo quando não é preciso socorro.
Sou uma pequena sensação e veneno, a doce e misteriosa discórdia entre o querer e o poder.
Sou a  situação e a condição.
Sou a emoção e sou a disulação.
Sou a minha razão.
Sou a falacia que é  feita por você e por mim.
Sou apenas eu!
Pobre de mim.

Rhey D'Sá
29/11/11

PENSAR É TRANSGREDIR

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

Travesseiros

Te olhando ao longe és apenas travesseiro

De perto tantas são tuas utilidades

Dentro, fora, sobre, entre as pernas de tantas formas e de tantos modos.

Passo noites e mais noites contigo

Subo, desço, boto, tiro

As vezes com um, dois, três e na maioria das veses com os quatro

Quando branco, te cheiro o tempo todo

Quando preto continuo a te cheirar e parece mais cheiroso

De cor azul a rosa é perfeito te agarrar

No calor te coloco em cima e em baixo

No frio me afago completamente em você

Nos dias sem clima juntos fazemos nosso clima mais gostoso

Só com você consigo de fato viajar

Sonhar

E é com você que também entro em orgasmos

És apenas travesseiro

E não sabes como é desejado

E quanto é capaz de me satisfazer

                                                                                    Rhey D`Sá